Primeiro Reinado
Reações ao processo de independência
Em algumas províncias do Norte e
Nordeste do Brasil, militares e políticos, ligados a Portugal, não queriam
reconhecer o novo governo de D. Pedro I. Nestas regiões ocorreram muitos
protestos e reações políticas. Nas províncias do Grão-Pará, Maranhão, Piauí e
Bahia ocorreram conflitos armados entre tropas locais e oficiais como:
1.Guerra da Cisplatina
Este foi um fato que
contribuiu para aumentar o descontentamento e a oposição ao governo de D.Pedro
I. Entre 1825 e 1828, o Brasil se envolveu na Guerra da Cisplatina, conflito
pelo qual esta província brasileira (atual Uruguai) reivindicava a
independência. A guerra gerou muitas mortes e gastos financeiros para o
império. Derrotado, o Brasil teve que reconhecer a independência da Cisplatina
que passou a se chamar República Oriental do Uruguai.
2.Confederação do equador
As
províncias de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará formaram, em
1824 a Confederação do Equador. Era a tentativa de criar um estado independente
e autônomo do governo central. A insatisfação popular com as condições sociais
do país e o descontentamento político da classe média e fazendeiros da região
com o autoritarismo de D.Pedro I foram as principais causas deste movimento.
Em 1824, Manuel de Carvalho
Pais de Andrade tornou-se líder do movimento separatista e declarou guerra ao
governo imperial.
O governo central reagiu
rapidamente e com todos as forças contra as províncias separatistas. Muitos
revoltosos foram presos, sendo que dezenove foram condenados a morte. A
confederação foi desfeita, porém a insatisfação com o governo de D.Pedro I só
aumentou.
3. Outras revoltas
Além dessas revoltas ocorreram também outras importante por
todo o país como:
a) Cabanagem (
1835-1840) foi a revolta na
qual negros, índios e mestiços se insurgiram contra a elite política e tomaram
o poder no Pará( Brasil). Entre as causas da revolta encontram-se a extrema
pobreza das populações ribeirinhas e a irrelevância política à qual a província
foi relegada após a independência do Brasil.
b) Balaiada (
1838-1841) foi uma revolta de caráter popular, no interior da
então Província do Maranhão,no Brasil, e que após a tentativa de invasão de São
Luís, dispersou-se e estendeu-se para a vizinha província do Piauí. Foi feita
por pobres da região, escravos, fugitivos e prisioneiros. O motivo era a
disputa pelo controle do poder local.
c) Sabinada ( 1837-1838)
entre outras rebeliões de escravos
desencadeadas durante a Regência, a Sabinada se destacou enquanto movimento de natureza
eminentemente popular.
d) Revolução Farroupilha (1835-1845) Foi
uma Revolução que eclodiu na noite de 19/09/1835, quando Bento Gonçalves
avançou com cerca de 200 "farrapos" (ala dos exaltados, que queriam
províncias mais autônomas, unidas por uma república mais flexível) sobre a
capital Porto Alegre. A revolta deveu-se em função dos elevados impostos
cobrados no local de venda (normalmente outros Estados) sobre itens (animais,
couro, charque e trigo) produzidos nas estâncias do Estado.
e) Revolta de Malês
– 1835 A chamada Revolta
dos Malês (também conhecida como revolta dos escravos de Alá) registrou-se
em 1835 na cidade de Salvador, capital da então Província da Bahia.
Consistiu numa sublevação de caráter racial, de escravos
africanos , de religião islâmica, organizados em torno de propostas radicais
para libertação dos demais escravos africanos. O termo "malê" deriva do iorubá "imale", designando o muçulmano
Desgaste
e crise do governo de D. Pedro I
Nove anos
após a Independência do Brasil, a governo de D.Pedro I estava extremamente
desgastado. O descontentamento popular com a situação social do país era
grande. O autoritarismo do imperador deixava grande parte da elite política
descontente. A derrota na Guerra da Cisplatina só gerou prejuízos financeiros e
sofrimento para as famílias dos soldados mortos. Além disso, as revoltas e
movimentos sociais de oposição foram desgastando, aos poucos, o governo
imperial.
Em 1826,
porém, sofre um duro golpe com a morte de seu pai, Dom João VI. A questão
sucessória em Portugal torna-se problemática, os lusitanos querem que o
soberano assuma o trono português. Dom Pedro I, porém, abdica em favor de sua
filha Maria da Glória.
Outro fato que pesou contra o
imperador foi o assassinato do jornalista Libero Badaró. Forte crítico do
governo imperial, Badaró foi assassinado no final de 1830. A polícia não
encontrou o assassino, porém a desconfiança popular caiu sobre homens ligados
ao governo imperial.
Em março de 1831, após
retornar de Minas Gerais, D.Pedro I foi recebido no Rio de Janeiro com atos de
protestos de opositores. Alguns mais exaltados chegaram a jogar garrafas no
imperador, conflito que ficou conhecido como “A Noite das Garrafadas”. Os
comerciantes portugueses, que apoiavam D.Pedro I entraram em conflitos de rua
com os opositores.
Abdicação
Sentindo a forte oposição ao seu governo e o crescente descontentamento
popular, D.Pedro percebeu que não tinha mais autoridade e forças políticas para
se manter no poder.
Em 7 de abril de 1831, D.Pedro I abdicou em favor de seu filho Pedro de
Alcântara, então com apenas 5 anos de idade. Logo ao deixar o poder viajou para
a Europa.
Termo
de Abdicação de D. Pedro I
“Usando
do direito que a Constituição me concede, declaro que hei muito voluntariamente
abdicado na pessoa de meu muito amado e prezado filho o Senhor D. Pedro de
Alcântara. – Boa Vista, sete de abril de mil oitocentos e trinta e um, décimo
da Independência e do Império”.
Pedro “
Curiosidade: O nome de batismo de Dom Pedro I é “Pedro
de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael
Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon“.